sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Qualidade Não é Mensurável em Valor de Mercado


“A Ideologia de Mercado é um advento da técnica” [Ortega y Gasset; em “A Rebelião das Massas”;1929] e a Qualidade o seu rendimento socializado, acrescentamos nós.

Tentaremos nas linhas seguintes explicar a  segunda metade da afirmação .

Admitindo-se que a Qualidade é função da Inovação e da Técnica e que o Valor de Mercado função do Rendimento disponível e do próprio Mercado , da produtividade admite-se que faz variar o ritmo de uma e outra, das duas funções, numa ordem directa e proporcional.

Por outras palavras, num sistema económico ou até só dentro de uma empresa com uma repartição justa da riqueza gerada, o investimento técnico na inovação e na melhoria da Qualidade, consequente com uma melhoria da produtividade, faz aumentar o rendimento familiar disponível de quem lá trabalha, obtido na desejável repartição da riqueza gerada.

Essa disponibilidade financeira do rendimento, (traduzindo-se em maior procura de bens de consumo) faz aumentar o valor de mercado, no limite dos próprios produtos ali fabricados. Por essa via os ganhos industriais da função qualidade, são anulados pelos  custos de mercado, da função valor. O que verdadeiramente resta desta soma é a Qualidade.

Quando, estas funções não estão integradas , não há verdadeiramente Mercado para a Qualidade, ou melhor dizendo, não há rendimento nem valor para a Qualidade.

Nestas circunstâncias a Qualidade, que é sempre uma forma de diferenciação no mercado, tem os custos  anulados tão somente pelos ganhos de produtividade.Ainda assim continua a ser uma soma de Qualidade.

Com ou sem rendimentos provenientes dos ganhos de produtividade, a Qualidade, alicerçada na necessidade de diferenciação, é sempre verdadeiramente um  beneficio ou rendimento social, proporcionado pelo Mercado e pela técnica.

Há ainda  outros conceitos comummente aceites que ajudam a corroborar esta ideia de que a Qualidade não é mensurável em valor de mercado, como sejam:

1. Haver uma grande percentagem de qualidade não percepcionada pelo mercado, particularmente em aspectos tecnológicos de maior modernidade.
2. Haver uma outra  percentagem de qualidade  consolidada como exigência do mercado. 
3. Haver em cada época e momento uma padronização da Qualidade, resultante da interacção dos diferentes agentes da produção e do mercado imobiliário. 
4. A tendência crescente de qualidade no imobiliário, ser determinada pela necessidade de diferenciação, mas sempre com custos necessariamente limitados ao valor característico de cada mercado e época. 
5. É o valor,capital disponível, orçamento possível, ou cotação de mercado, que determina o nível de qualidade a incorporar  no imobiliário e não o inverso.

Isto é particularmente vivido em execução de projectos de obras de excepção.

Concluindo : 
Torna-se difícil, senão impossível a quantificação do valor da Qualidade, no mercado de habitação, ao nível da grande produção padronizada que em cada época faz o grosso das cidades.

Resultados encontrados na análise de regressão, para um segmento homogéneo de mercado dentro do Parque das Nações e apesar de acentuadas diferenciações no valor de utilização, a expressar  aspectos tecnológicos diferenciados observados nos diversos edifícios, a Qualidade não revelou uma correspondente correlação com o valor de mercado, quedando-se por uma afectação próxima dos 8,00%.

Resultados para a Vila de Nazaré  sobre a totalidade da área urbana onde independentemente de considerações sobre valor de utilização ou Qualidade, as variáveis propostas explicam 96,49% do valor de Mercado.

Se dúvida houvesse no resultado da análise feita no Parque das Nações em Lisboa quanto à baixa (ou quase nula) percentagem em que a Qualidade se correlaciona com o valor de mercado, o poder explicativo do modelo encontrado para a Nazaré torna inequívoca essa escusada, senão errónea,  consideração da Qualidade.

Atente-se ainda ao facto não menos importante, de  nestas amostras terem sido considerados imóveis com vinte e mais anos em paralelo com edificações novas, tendo bastado para a homogeneização de todos os dados a consideração prévia da capitalização seguida da vetustez.

Este  tratamento da amostra, prévio às análises de regressão, relativamente à capitalização e vetustez  integrou todos os dados como relacionáveis e de valor explicado pela regressão, apesar das acentuadas diferenças de idade e consequentes diferenças no padrão de qualidade.


É sabido que a   “ A qualidade é a adequação do produto ao seu uso” atrever-nos-emos aqui a substituir o “uso”,  pelo “mercado”, porque é disso que falamos quando se fala de valor.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Casas com boa eficiência energética pagam menos impostos em Odemira


Um bom exemplo e uma medida inteligente, amiga do ambiente e da qualidade.



Os donos de imóveis, em Odemira, classificados como Classe A ou A+, ao abrigo do Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior, vão ter uma redução de 10 por cento sobre o valor patrimonial das suas casas, para efeitos do pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), em 2015.


A medida foi aprovada pela Câmara de Odemira, na última reunião do executivo, que teve na ordem do dia a fixação dos valores de diversos impostos municipais, para o próximo ano.

«Para 2015, a taxa de IMI a vigorar no Município de Odemira será igual a 2014, no valor de 0,34 por cento para os prédios urbanos. As taxas serão majoradas em 30 por cento para os prédios urbanos degradados, sendo estas agravadas para o dobro no caso dos prédios que se encontrem devolutos há mais de um ano», revelou a autarquia, numa nota de imprensa.

Outras medidas aprovadas são a manutenção, em 2015, «da participação no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) com domicílio fiscal no concelho de Odemira [4,75 por cento], bem como a não aplicação de Derrama às pequenas empresas com sede no concelho e cujo volume de negócios não ultrapasse os 150 mil euros».

Já as empresas que ultrapassem este volume de negócios, «estarão sujeitos a uma taxa de Derrama de 1 por cento sobre o lucro tributável sujeito e não isento de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)».

Fonte:POR  • 21 DE OUTUBRO DE 2014 - 11:04

sábado, 18 de outubro de 2014

Análise Comparativa de Cotações e do Erro – Parque das Nações

O Quadro 11.5 tem o resumo comparativo do estudo feito para um segmento de mercado (cinco apartamentos tipologia T4 com localização idêntica), em que os itens em colunas têm o mesmo significado já referido em 5.5.

PARQUE DAS NAÇÕES LISBOA
MERCADO (€)
SISTEMA
(€)
% ERRO
SISTEMA
85 % MERCADO (€)
CIMI
(€)
% ERRO
CIMI
Condomínio do Sol                                          (2.6)
474 000.000
473 397.00
-0.127
402 900.00
406 420.00
+0.874%
D. João II – Ed. Líbia                                      (2.6)
425 000.00
423 430.00
-0.369
361 250.00
358 460.00
-0.772%
Edifício Navigator                                           (2.6)
425 000.00
427 100.00
+0.494
361 250.00
363 930.00
+0.742%
Edifício Portas do Tejo                                   (2.00)
463 000.00
463 420.00
+0.090
393 550.00
321 140.00
-18.40%
Rotas das Índias  - Edifício Boa Esperança       (2.25)
425 000.00
424 605.00
-0.093
361 250.00
287 760.00
-20.34%
Quadro 11.5 Análise Comparativa de Cotações e Erro – Parque das Nações



PARQUE DAS NAÇÕES LISBOA
% Erro
(SISTEMA)
Desvio da Média
(X –Xi)
Quadrado do Desvio
Soma (X-Xi)^2
Condomínio do Sol                                          (2.6)
-0.127 %
0,108
0,012
D. João II – Ed. Líbia                                      (2.6)
-0.369 %
0,134
0,018
Edifício Navigator                                           (2.6)
+0.494 %
-0,259
0,067
Edifício Portas do Tejo                                   (2.00)
+0.090 %
0,145
0,021
Rotas das Índias  - Edifício Boa Esperança       (2.25)
-0.093 %
0,142
0,020

Média =
0,235%

(X-Xi)^2=0,138



Sistema DesenvolvidoQuadro 12.5 Média do Erro; Desvio da Média; Quadrado do Desvio – Parque das Nações

No Quadro 12.5 apresentam-se  os valores auxiliares à determinação das medidas de tendência central e medidas de dispersão do erro característico do Sistema Desenvolvido para o Parque das Nações.
Na sequência, determinou-se  os limites superior e inferior do erro médio para um intervalo com um nível de confiança de 80%. Atendendo-se a que a amostra é reduzida a 5 dados adoptaram-se os parâmetros característicos da distribuição tipo “t” de “Student”, constatando-se não haver necessidade de qualquer saneamento de elementos da amostra face ao critério de Chauvenet.
Obtiveram-se os seguintes resultados para o Erro do Sistema Desenvolvido:
Média aritmética do Erro:
             _                                                        
             Χ =   Σ    Xi     = 0,235 %
                            n

Graus de liberdade : n – 1 = 4

Desvio Padrão do Erro:


            S =    SQR [   Σ     (X - Χ i)²  ] /       n – 1              = 0,185 %                                                  
          

Nível de confiança desejado :80% . Percentil correspondente: 0,90

Da tabela de “t – Student “, para 4 graus de liberdade e um t = 0,90 obtém-se um tc = 1,53

Limites de confiança do Erro:
         _ 
Lc = X  ± tc     __S__     = 0,235 ±1,53 * __0,185__

                        sqr n – 1                                  2,00


Limite superior do Erro:
 Ls = 0,235 % + 0,142 %  =  0,377 %                           
Limite inferior do Erro:
 Li = 0,235 % - 0,142 %  =  0,093 %                 
Assim, o valor do Erro do Sistema Desenvolvido para o Parque das Nações em Lisboa com um nível de confiança de 80% será de  0,235 % ± 0,142 % .
O coeficiente de variação da amostragem é:
              _
Cv = S / X  =  0,787

PARQUE DAS NAÇÕES LISBOA
% Erro
(CIMI)
Desvio da Média
(X –Xi)
Quadrado do Desvio
Soma (X-Xi)^2
Condomínio do Sol                                          (2.6)
+0.874%
7,346
53,96
D. João II – Ed. Líbia                                      (2.6)
-0.772%
7,448
55,47
Edifício Navigator                                           (2.6)
+0.742%
7,478
55,92
Edifício Portas do Tejo                                   (2.00)
-18.40%
-10,18
103,63
Rotas das Índias  - Edifício Boa Esperança       (2.25)
-20.34%
-12,22
149,33

Média =
8,22 %

(X-Xi)^2=418,31
Quadro 13.5 Média do Erro; Desvio da Média; Quadrado do Desvio – Parque das Nações
Método CIMI

No Quadro 13.5 apresentam-se  os valores auxiliares à determinação das medidas de tendência central e medidas de dispersão do erro característico do Método CIMI para o Parque das Nações em Lisboa.

Na sequência, determinou-se  os limites superior e inferior do erro médio para um intervalo com um nível de confiança de 80%.

Atendendo-se a que a amostra é reduzida a 5 dados adoptaram-se os parâmetros característicos da distribuição tipo “t” de “Student”, constatando-se não haver necessidade de qualquer saneamento de elementos da amostra face ao critério de Chauvenet.
Obtiveram-se os seguintes resultados para o Erro do Método CIMI aplicado ao Parque das Nações em Lisboa:
Média aritmética do Erro:
             _                                                        
             Χ =   Σ    Xi     = 8,22 %
                            n

Graus de liberdade: n – 1 = 4

Desvio Padrão do Erro:


            S =     [  Σ     (X - Χ i)²  ]/  n – 1     = 10,22                                               
               
Nível de confiança desejado :80%. Percentil correspondente: 0,90

Da tabela de “t – Student “ , para 4 graus de liberdade e um t = 0,90 obtém-se um tc = 1,53

Limites de confiança do Erro:
         _ 
Lc = X  ± tc     __S__     = 8,22 ± 1,53 * __10,22__


                   sqr n – 1                                      2,00
  
Limite superior do Erro:
Ls = 8,22 % + 7,82 %  =  16,04 %                   
Limite inferior do Erro:
Li = 8,22 % - 7,82 %  =  0,40 %                  
           
Assim, o valor do Erro do Método CIMI para o Parque das Nações em Lisboa com um nível de confiança de 80% será de  8,22 %  ± 7,82 %.
O coeficiente de variação da amostragem é:
               _
Cv = S / X  =  1,24

Análise Comparativa do Erro – Parque das Nações
O erro do Método CIMI face à Metodologia usada no Sistema Desenvolvido, pode no caso do mercado de apartamentos do Parque das Nações ser sintetizado pelas medidas de tendência e dispersão resumidas no Quadro:

ERRO
CIMI
SISTEMA
MÉDIA (aritmética)
8,22 %
0,235 %
MEDIANA
0,874 %
0,127 %
AMPLITUDE
21,21%
0,863 %
DESVIO-PADRÃO
10,22 %
0,185 %

Quadro.14.5 Análise  Comparativa de Erro –  Parque das Nações

Observe-se que a caracterização do erro do Método CIMI é feita em relação a 85% do valor de mercado; caso a consideração fosse sobre o valor de mercado pode-se presumir, grosso modo, que os parâmetros do erro característico seriam  ainda 15% maiores.