A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) precisa de mais de 20 milhões de euros para requalificar a totalidade dos 42 edifícios devolutos que detém na cidade, sete deles a requalificar ainda este ano.
Segundo dados fornecidos pelo diretor da Gestão Imobiliária e Património da SCML à Agência Lusa, a segunda maior senhoria da capital, depois da Câmara de Lisboa, "identificou 42 prédios devolutos: quatro em fase de lançamento de obra, 18 já com projeto e os restantes 20 em fase de definição dos programas funcionais".
Para recuperar todos estes edifícios devolutos, a Misericórdia terá de investir cerca de 22,5 milhões de euros, com IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado).
Ricardo Amantes adiantou que a Santa Casa "já tem comprometido um investimento de 6,8 milhões de euros na reabilitação de 15 prédios", dos quais sete edifícios, no valor de 1,8 milhões, ainda este ano.
O restante investimento deverá ser concluído até ao final de 2013, avançou.
Por outro lado, o diretor dá conta de que "neste momento já foram concluídas obras de reabilitação em cinco prédios" - na Calçada do Lavra, na Praça das Flores (dois), na Avenida Almirante Reis e na Rua Barão de Sabrosa - num investimento direto da SCML de cerca de 2,7 milhões de euros, com IVA.
"Estes cinco prédios traduzem-se em 30 fogos para habitação e sem sete frações para comércio ou serviços", acrescentou o responsável.
De forma indireta, através do Fundo de Investimento Imobiliário da Santa Casa de 2004, foram concluídas as obras de reabilitação do Palácio Valada e Azambuja, no Largo do Calhariz, num investimento de 2,3 milhões que criou 12 fogos de habitação e 14 frações para comércio ou serviços, indicou Ricardo Amantes.
Numa segunda fase de intervenção, a administração da SCML renovou 14 licenças de reabilitação de 14 prédios, que tinham caducado. Com a prorrogação, além de economia processual, a Santa Casa poderá planear devidamente estas obras e procurar alocá-las, caso entenda, no seu orçamento no próximo ano e meio.
O diretor da Gestão Imobiliária e Património justificou a aposta na recuperação do património "enquanto fonte geradora de receitas, que são depois aplicadas nas múltiplas causas da instituição", sublinhando que a administração da Santa Casa está a promover a sua "autossustentabilidade" e a "diminuição da dependência das receitas nos jogos".
"A Misericórdia reconhece ainda que deste forte investimento no seu património resulta o rejuvenescimento da própria cidade de Lisboa, sendo igualmente um impulso muito positivo que vem ajudar a reanimar a economia nacional, em especial o sector da construção civil, tão afetado pela crise", afirma.
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