A fim de ser possível tratar de forma numérica a não
apenas intuitiva todas as variáveis anteriormente apresentadas, se não se
dispuser de mais nenhuma ferramenta, dever-se-á proceder à técnica da homogeneização
de valores.
Primeiramente, será necessário comparar valores de
venda pretendidos para imóveis análogos e que se encontrem disponíveis no
mercado. No entanto, a informação recolhida pelos avaliadores no trabalho de prospecção
ou disponibilizada por outros meios nem sempre é imediatamente comparável com a
propriedade que se analisa. E isto porque, como é óbvio, só muito dificilmente
os imóveis de referência são iguais ao que é objecto de avaliação.
Para que seja possível comparar será necessário que o
avaliador efectue os ajustamentos que decorrem das diferenças entre as
propriedades de referência e a propriedade em apreço. Este trabalho de
ajustamento designa-se por homogeneização e consiste em dar um tratamento às
sub-variáveis de modo a torná-los homogéneos, isto é, comparáveis ao imóvel em
apreço.
A homogeneização será então aplicada passo a passo a
todas as variáveis apresentadas , dotando-as de um factor majorativo (superior
a 1) ou minorativo (inferior a 1), consoante a variável em análise apresente
características piores ou melhores, respectivamente, no imóvel de referência
que no a avaliar.
O valor atribuído pelo mercado a cada imóvel de
referência, será alterado face ao imóvel em avaliação, pela seguinte expressão :
Vhom = (V - A ) x cL1 x cL2 x cL3 x....x cC1 x cC2 x
cC3 x ...cn ...x cA
em que:
Vhom - Valor homogeneizado do imóvel em referência
V - Valor de oferta do imóvel em referência
A - Valor de algum elemento acessório ou de
benfeitoria não comum, que exista no imóvel de referência
ci - coeficiente de homogeneização em função de cada
sub-variável.
Deste modo, a média dos valores homogeneizados dos
imóveis seleccionados para referência, será o valor de avaliação a atribuir ao
imóvel em estudo.
A questão que se coloca é a objectivação desses
coeficientes. Em países com cartas de preços regionais ou com bases de dados
operacionais, é relativamente simples determinar esses coeficientes. Em
Portugal, apenas a intuição e experiência do avaliador poderão servir de
suporte a esse exercício de ajustamento.
Não esquecendo porém que se devem analisar todas as variáveis
uma a uma e ter em atenção para que estas não se cruzem, ou seja, nunca se
fazer reflectir no coeficiente adoptado para uma variável, os aspectos
considerados noutra.
Uma vez homogeneizada toda a amostra, a análise
estatística possibilita enunciar um valor ou leque de valores mais prováveis
para o imóvel a avaliar.
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