De acordo com James Graaskamp (1974), a primeira propriedade imobiliária foi criada na pré-história quando o Homem rolou a primeira pedra a servir de porta à sua caverna, dando-lhe assim características de conforto segurança e privacidade. Para este autor, uma propriedade imobiliária é um elemento produzido artificialmente, com uma dimensão temporal institucionalizada - metro quadrado por ano, quarto por noite, caverna por lua,..
Na verdade o imobiliário está presente na vida de todos nós, diária e constantemente.
Quando nascemos, porque terá sido em casa, num hospital ou numa clínica, nascemos utilizando um aproveitamento do terreno criando um espaço - um bem de imobiliário. Porque crescemos, provavelmente primeiro em casa e depois numa escola, utilizando um bem imobiliário. Porque quando visitamos amigos, os visitamos nas casas deles. Porque quando estudamos, utilizamos, mais uma vez, um bem de imobiliário. Porque quando chegou a altura de trabalhar, de ganhar a vida, o vamos fazer directa ou indirectamente tendo em conta o imobiliário - ou porque vamos para um escritório, para uma escola, para uma fábrica, para uma loja, para o campo tratar de culturas, para um museu, para um hospital, ou simplesmente porque quando o dia acaba e precisamos descansar para recomeçar no dia seguinte, vamos para uma casa, um hotel.
Melhor dizendo talvez, consumimos imobiliário ao longo de toda a nossa vida. Consumimos porque, de facto, nem sempre transaccionamos esses bens mas apenas os fruímos, ou utilizamos. E se os transa cionamos, somos todos nós que criamos esse lugar de trocas, já não em praça pública, mas muitas vezes apenas através dos computadores, onde compramos e vendemos. Ou seja, criamos o mercado imobiliário. Directa e indirectamente. Consciente e inconscientemente. Porque temos uma necessidade de um determinado espaço, com determinadas características, que outros na maior parte dos casos, vão conceber para nós. E ao procurarmos satisfazer essa necessidade estamos a actuar no mercado imobiliário constituindo a 'procura'. Assim, todos nós criamos o mercado.
Mas para que haja produto para satisfazer a 'procura' há que o produzir. Os promotores imobiliários ao conceberem e produzirem produtos imobiliários estão a constituir a 'oferta'. Mas ao serem responsáveis pela criação do imobiliário, esses mesmos promotores necessitam de quem invista, de quem crie o “Produto Imobiliário” – os consultores imobiliários - de quem desenhe o 'produto imobiliário' - os arquitectos - de quem o projecte - os engenheiros _ de quem o construa - os construtores - de quem o fiscalize durante a construção - os fiscais de obra. Necessita ainda que o que se promove esteja de acordo com a legislação em termos urbanísticos - na forma como vai ocupar o espaço, como o vai tornar funcional e como o vai dotar de conforto. E depois do tal “produto imobiliário” estar criado, há ainda que disciplinar a sua posse e utilização. E aí entram neste ciclo de produção os advogados, os mediadores, os investidores intermédios (como os fundos de investimento imobiliário, os fundos de pensões, etc., ou apenas investidores individuais) e ainda os bancos que vão ajudar aqueles que querem comprar, a antecipar a altura em que o fazem, emprestando dinheiro.
E por fim, quando tudo parece estar terminado, e porque nem todos os atributos que tornam o bem imobiliário funcional e confortável estão fixos ao imóvel, há ainda que acrescentar ou o dotar com energia eléctrica, com água canalizada com telefone e, cada vez mais, com internet. Passado este conjunto de actividades, com um enorme número de intervenientes, vamos então poder usá-lo. Vamos desfrutar do Imobiliário.
No entanto, a existência do factor tempo (que tem como consequência que as características de um determinado bem se tendem a alterar com o passar dos anos), implica a aparição de mais intervenientes neste processo do imobiliário. Há que haver quem limpe, quem mantenha, quem altere e quem adapte a novas necessidades de novos utilizadores, de novos estilos de vida. E quando, por mais que se queira, já não for possível melhorar e adaptar o que foi concebido há não sei quanto tempo pelo tal promotor, então recomeçamos tudo de novo. Demolimos e recomeçamos todo o processo.
O imobiliário é pois criado, quer com a intervenção de muitas especialidades, quer devido à interferência, directa ou indirecta, consciente ou inconsciente, de muita gente. Dessas actividades, técnicas e profissionais no e para o imobiliário, falaremos a espaços e ao longo deste blogue.
O imobiliário, para cumprir a sua função deve, apesar da 'confusão' da sua criação, corresponder, num determinado momento, às aspirações dum mercado.
E está aqui a arte do imobiliário - a de através de um conjunto de regras garantir essa satisfação, dum determinado mercado, num determinado período do tempo. E para isso, é preciso saber traduzir as aspirações de um mercado em 'produtos imobiliários'. E para isso, é preciso arte. É preciso saber criar.
Na verdade o imobiliário está presente na vida de todos nós, diária e constantemente.
Quando nascemos, porque terá sido em casa, num hospital ou numa clínica, nascemos utilizando um aproveitamento do terreno criando um espaço - um bem de imobiliário. Porque crescemos, provavelmente primeiro em casa e depois numa escola, utilizando um bem imobiliário. Porque quando visitamos amigos, os visitamos nas casas deles. Porque quando estudamos, utilizamos, mais uma vez, um bem de imobiliário. Porque quando chegou a altura de trabalhar, de ganhar a vida, o vamos fazer directa ou indirectamente tendo em conta o imobiliário - ou porque vamos para um escritório, para uma escola, para uma fábrica, para uma loja, para o campo tratar de culturas, para um museu, para um hospital, ou simplesmente porque quando o dia acaba e precisamos descansar para recomeçar no dia seguinte, vamos para uma casa, um hotel.
Melhor dizendo talvez, consumimos imobiliário ao longo de toda a nossa vida. Consumimos porque, de facto, nem sempre transaccionamos esses bens mas apenas os fruímos, ou utilizamos. E se os transa cionamos, somos todos nós que criamos esse lugar de trocas, já não em praça pública, mas muitas vezes apenas através dos computadores, onde compramos e vendemos. Ou seja, criamos o mercado imobiliário. Directa e indirectamente. Consciente e inconscientemente. Porque temos uma necessidade de um determinado espaço, com determinadas características, que outros na maior parte dos casos, vão conceber para nós. E ao procurarmos satisfazer essa necessidade estamos a actuar no mercado imobiliário constituindo a 'procura'. Assim, todos nós criamos o mercado.
Mas para que haja produto para satisfazer a 'procura' há que o produzir. Os promotores imobiliários ao conceberem e produzirem produtos imobiliários estão a constituir a 'oferta'. Mas ao serem responsáveis pela criação do imobiliário, esses mesmos promotores necessitam de quem invista, de quem crie o “Produto Imobiliário” – os consultores imobiliários - de quem desenhe o 'produto imobiliário' - os arquitectos - de quem o projecte - os engenheiros _ de quem o construa - os construtores - de quem o fiscalize durante a construção - os fiscais de obra. Necessita ainda que o que se promove esteja de acordo com a legislação em termos urbanísticos - na forma como vai ocupar o espaço, como o vai tornar funcional e como o vai dotar de conforto. E depois do tal “produto imobiliário” estar criado, há ainda que disciplinar a sua posse e utilização. E aí entram neste ciclo de produção os advogados, os mediadores, os investidores intermédios (como os fundos de investimento imobiliário, os fundos de pensões, etc., ou apenas investidores individuais) e ainda os bancos que vão ajudar aqueles que querem comprar, a antecipar a altura em que o fazem, emprestando dinheiro.
E por fim, quando tudo parece estar terminado, e porque nem todos os atributos que tornam o bem imobiliário funcional e confortável estão fixos ao imóvel, há ainda que acrescentar ou o dotar com energia eléctrica, com água canalizada com telefone e, cada vez mais, com internet. Passado este conjunto de actividades, com um enorme número de intervenientes, vamos então poder usá-lo. Vamos desfrutar do Imobiliário.
No entanto, a existência do factor tempo (que tem como consequência que as características de um determinado bem se tendem a alterar com o passar dos anos), implica a aparição de mais intervenientes neste processo do imobiliário. Há que haver quem limpe, quem mantenha, quem altere e quem adapte a novas necessidades de novos utilizadores, de novos estilos de vida. E quando, por mais que se queira, já não for possível melhorar e adaptar o que foi concebido há não sei quanto tempo pelo tal promotor, então recomeçamos tudo de novo. Demolimos e recomeçamos todo o processo.
O imobiliário é pois criado, quer com a intervenção de muitas especialidades, quer devido à interferência, directa ou indirecta, consciente ou inconsciente, de muita gente. Dessas actividades, técnicas e profissionais no e para o imobiliário, falaremos a espaços e ao longo deste blogue.
O imobiliário, para cumprir a sua função deve, apesar da 'confusão' da sua criação, corresponder, num determinado momento, às aspirações dum mercado.
E está aqui a arte do imobiliário - a de através de um conjunto de regras garantir essa satisfação, dum determinado mercado, num determinado período do tempo. E para isso, é preciso saber traduzir as aspirações de um mercado em 'produtos imobiliários'. E para isso, é preciso arte. É preciso saber criar.
Fonte: “O Valor do Imobiliário”, Miguel D. Costa, Almedina
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