quinta-feira, 31 de maio de 2012

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - ARGUMENTO DE VENDAS


A eficiência energética é um argumento de vendas

Ultrapassada a crise, a reabilitação urbana - até agora um flop no País - ganhará cada vez mais peso e a eficiência energética será uma tendência nos escritórios, de acordo com as conclusões da segunda edição da "Your Office Anywhere", promovida pelo Avila Business Centers e o OJE. O escritório virtual é uma solução para a internacionalização das empresas portuguesas.

A reabilitação urbana tem sido um flop em Portugal. Só um município o faz verdadeiramente, o Porto, com projetos concretos no terreno", afirma Miguel Marques dos Santos, advogado, sócio da Garrigues. O responsável pelo departamento de imobiliário e urbanismo da Garrigues Portugal fala com conhecimento de causa, uma vez que coordenou o grupo de trabalho que apresentou a actual proposta de lei do arrendamento, tendo levado a cabo um estudo sobre o regime de arrendamento e de reabilitação urbana, com análise e soluções para os problemas existentes. As alterações à reabilitação urbana pretendam facilitar numa lógica de "fazer a reabilitação urbana, simplificando". Para o advogado, a nova legislação, que abrange o arrendamento, obras e reabilitação, "vai criar mais mercado no segmento de escritórios, assim que haja investimento para tal". Foi com esta apreciação pela óptica jurídica que Miguel Marques dos Santos abriu a segunda edição da "Your Office Anywhere". Subordinada ao tema "Mercado de Escritórios - Sustentabilidade, Gestão de Espaços e Tecnologias de Informação", organizada pelo Avila Business Centers, em parceria com o OJE.

Jorge Bota, managing partner da consultora imobiliária B. Prime, frisou que, na certificação energética, "a legislação criou maior pressão nos promotores, para terem a melhor qualificação possível nos seus projetos". Hoje, "cerca de 14% dos edifícios novos têm classificação A e A+ e a maioria tem certificação B e C". Isto porque atingir o patamar "A" envolve "um investimento muito pesado". E se, no passado, a certificação energética máxima era considerada por poucos, "hoje, as empresas, sobretudo as multinacionais, começam a ter algumas preocupações neste sentido para os seus espaços, embora ainda não estejam muito disponíveis para pagar". Jorge Bota defende que a "eficiência é um argumento de vendas - não há inquilinos dispostos a pagar mais por tal, mas é um argumento diferenciador". Diz ainda que "o investimento inicial nos edifícios com eficiência energética pode ser compensador e, ultrapassada a crise, vai ser uma tendência".

Em relação à mudança de instalações, "é importante para as empresas, na medida em que permite discutir e colocar muitos processos em causa", segundo Jorge Bota. A venda de escritórios "gera sempre dinamismo e tem resultados positivos se for bem gerida e tratada - o nível de satisfação das pessoas é muito elevado e reflecte-se numa maior produtividade". O managing partner da B. Prime admite que "os ocupantes empresariais são cada vez mais exigentes, querem ter mais por menos, além de que há uma redução na dimensão dos espaços". E, falando especificamente de Lisboa, apesar de não haver soluções "no centro da cidade, o que levou ao êxodo nos últimos anos para Oeiras e, mais recentemente, o Parque das Nações", considera que a reabilitação urbana vai ganhar cada vez mais peso.

Raquel Santana, responsável pela supervisão do serviço de escritório virtual, coworking e arrendamento de escritórios do Avila Business Centers, explica como o escritório virtual é uma solução para a internacionalização das empresas nacionais. A business center manager, que tem a seu cargo a plataforma myOffice (aplicação de escritórios virtuais orientada para dispositivos móveis) e a criação da myOffice International Network, enumera as vantagens deste serviço chave na mão customizável, como a morada para recepção de correspondência, o atendimento telefónico personalizado ou a disponibilização de espaços equipados para reuniões e acções de formação. Acrescenta que este tipo de solução flexível evita a deslocação ao país onde a empresa quer estar presente para procurar e alugar um espaço, demora 24 horas a ser instalada, no idioma local e "numa morada de prestígio, a um custo muito reduzido". E, apesar de ser ideal para empresas de pequena dimensão ou em início de actividade, Raquel Santana dá os exemplos da multinacional americana Starbucks, em Portugal com um escritório virtual, e da gigante da Internet Google, que entrou no Brasil com solução idêntica.

Rui Pereira da Silva, managing director de public services na Reditus Consulting, descreveu como um office center no Espaço Ávila foi a solução ideal na altura da criação da sua empresa em 2009, a SolidNetworks. "Por uma questão de custos de entrada - não tínhamos capital para investir num escritório próprio, a equipa era reduzida, e pelo serviço chave na mão", resume o responsável da start up, entretanto adquirida pela Reditus Consulting.

Pedro Aniceto, product & marketing manager na GMS Store, e Marcos Santos, diretor da divisão de negócio office na Microsoft Portugal, demonstraram as potencialidades das soluções tecnológicas como forma de facilitar o ambiente de trabalho - e o trabalho em si - dos profissionais em constante mobilidade. Para Pedro Aniceto, "o iPad mudou a forma de trabalhar, é uma desmaterialização do escritório. Além de que não há um igual: cada utilizador tem as suas aplicações e utilizações diferentes", consoante as necessidades profissionais e de lazer. Marcos Santos adianta que as plataformas colaborativas - as soluções "cloud" - permitem a "integração das comunicações" e tornam "os trabalhadores mais independentes, podendo trabalhar onde quiserem, desde que tenham ligação à Net".

Fonte: OJE

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