A eficiência energética é um argumento de vendas
Ultrapassada a crise, a reabilitação urbana - até
agora um flop no País - ganhará cada vez mais peso e a eficiência energética
será uma tendência nos escritórios, de acordo com as conclusões da segunda
edição da "Your Office Anywhere", promovida pelo Avila Business
Centers e o OJE. O escritório virtual é uma solução para a internacionalização
das empresas portuguesas.
A reabilitação urbana tem sido um flop em Portugal. Só
um município o faz verdadeiramente, o Porto, com projetos concretos no
terreno", afirma Miguel Marques dos Santos, advogado, sócio da Garrigues.
O responsável pelo departamento de imobiliário e urbanismo da Garrigues
Portugal fala com conhecimento de causa, uma vez que coordenou o grupo de
trabalho que apresentou a actual proposta de lei do arrendamento, tendo levado
a cabo um estudo sobre o regime de arrendamento e de reabilitação urbana, com
análise e soluções para os problemas existentes. As alterações à reabilitação
urbana pretendam facilitar numa lógica de "fazer a reabilitação urbana,
simplificando". Para o advogado, a nova legislação, que abrange o
arrendamento, obras e reabilitação, "vai criar mais mercado no segmento de
escritórios, assim que haja investimento para tal". Foi com esta
apreciação pela óptica jurídica que Miguel Marques dos Santos abriu a segunda
edição da "Your Office Anywhere". Subordinada ao tema "Mercado
de Escritórios - Sustentabilidade, Gestão de Espaços e Tecnologias de
Informação", organizada pelo Avila Business Centers, em parceria com o
OJE.
Jorge Bota, managing partner da consultora imobiliária
B. Prime, frisou que, na certificação energética, "a legislação criou
maior pressão nos promotores, para terem a melhor qualificação possível nos
seus projetos". Hoje, "cerca de 14% dos edifícios novos têm
classificação A e A+ e a maioria tem certificação B e C". Isto porque
atingir o patamar "A" envolve "um investimento muito
pesado". E se, no passado, a certificação energética máxima era considerada
por poucos, "hoje, as empresas, sobretudo as multinacionais, começam a ter
algumas preocupações neste sentido para os seus espaços, embora ainda não
estejam muito disponíveis para pagar". Jorge Bota defende que a
"eficiência é um argumento de vendas - não há inquilinos dispostos a pagar
mais por tal, mas é um argumento diferenciador". Diz ainda que "o
investimento inicial nos edifícios com eficiência energética pode ser
compensador e, ultrapassada a crise, vai ser uma tendência".
Em relação à mudança de instalações, "é
importante para as empresas, na medida em que permite discutir e colocar muitos
processos em causa", segundo Jorge Bota. A venda de escritórios "gera
sempre dinamismo e tem resultados positivos se for bem gerida e tratada - o
nível de satisfação das pessoas é muito elevado e reflecte-se numa maior
produtividade". O managing partner da B. Prime admite que "os
ocupantes empresariais são cada vez mais exigentes, querem ter mais por menos,
além de que há uma redução na dimensão dos espaços". E, falando
especificamente de Lisboa, apesar de não haver soluções "no centro da
cidade, o que levou ao êxodo nos últimos anos para Oeiras e, mais recentemente,
o Parque das Nações", considera que a reabilitação urbana vai ganhar cada
vez mais peso.
Raquel Santana, responsável pela supervisão do serviço
de escritório virtual, coworking e arrendamento de escritórios do Avila
Business Centers, explica como o escritório virtual é uma solução para a
internacionalização das empresas nacionais. A business center manager, que tem
a seu cargo a plataforma myOffice (aplicação de escritórios virtuais orientada
para dispositivos móveis) e a criação da myOffice International Network,
enumera as vantagens deste serviço chave na mão customizável, como a morada para
recepção de correspondência, o atendimento telefónico personalizado ou a
disponibilização de espaços equipados para reuniões e acções de formação.
Acrescenta que este tipo de solução flexível evita a deslocação ao país onde a
empresa quer estar presente para procurar e alugar um espaço, demora 24 horas a
ser instalada, no idioma local e "numa morada de prestígio, a um custo
muito reduzido". E, apesar de ser ideal para empresas de pequena dimensão
ou em início de actividade, Raquel Santana dá os exemplos da multinacional
americana Starbucks, em Portugal com um escritório virtual, e da gigante da
Internet Google, que entrou no Brasil com solução idêntica.
Rui Pereira da Silva, managing director de public
services na Reditus Consulting, descreveu como um office center no Espaço Ávila
foi a solução ideal na altura da criação da sua empresa em 2009, a
SolidNetworks. "Por uma questão de custos de entrada - não tínhamos
capital para investir num escritório próprio, a equipa era reduzida, e pelo
serviço chave na mão", resume o responsável da start up, entretanto
adquirida pela Reditus Consulting.
Pedro Aniceto, product & marketing manager na GMS
Store, e Marcos Santos, diretor da divisão de negócio office na Microsoft
Portugal, demonstraram as potencialidades das soluções tecnológicas como forma
de facilitar o ambiente de trabalho - e o trabalho em si - dos profissionais em
constante mobilidade. Para Pedro Aniceto, "o iPad mudou a forma de
trabalhar, é uma desmaterialização do escritório. Além de que não há um igual:
cada utilizador tem as suas aplicações e utilizações diferentes",
consoante as necessidades profissionais e de lazer. Marcos Santos adianta que
as plataformas colaborativas - as soluções "cloud" - permitem a
"integração das comunicações" e tornam "os trabalhadores mais
independentes, podendo trabalhar onde quiserem, desde que tenham ligação à
Net".
Fonte: OJE
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