A Avaliação Patrimonial Imobiliária urbana e rústica,
teve um progresso significativo na última década, em todo o mundo
Anglo-Saxónico e até na América do sul, sendo mesmo considerada uma
especialização em Engenharia de Avaliações, principalmente pela Introdução da
Metodologia Científica, como suporte aos métodos técnicos até então utilizados.
A introdução da metodologia científica no trabalho do avaliador
tem como objectivo orientar o profissional, desde a escolha das informações de
interesse, a forma como recolhê-las, analisá-las e tratá-las, na busca de
modelos que expliquem, de maneira satisfatória, a variação observada nos
preços, do mercado que se estuda. Para tanto, devem-se seguir as seguintes
fases:
- Conhecimento do objecto da pesquisa (do bem a
avaliar)
- Preparação da pesquisa (um planeamento);
-Trabalho de campo (colecta de dados);
-Processamento e análise dos dados (análise
exploratória)
-Interpretação e explicação dos resultados (o modelo)
A Engenharia de Avaliações, quando tratada seguindo
estes passos, que levam em conta a forma de selecção da amostra e sua
generalização em termos específicos de probabilidade , através de modelos
apropriados, pode ser considerada como uma ciência: a ciência do Valor.
A ciência é uma poderosa ferramenta de convicção.
Existem outras, tais como a intuição, a experiência mística, a aceitação da
autoridade; mas a ciência, talvez pela aparente objectividade e eficiência,
proporciona a informação mais conveniente. Se alguma evidência científica é
relevante para determinada afirmação, a dita evidência ajudará na decisão de
aceitar ou rejeitar essa afirmação (Richardson-1989).
O método cientifico pode ser considerado algo como um
telescópio: diferentes lentes, aberturas e distâncias focais produzirão formas
diversas de ver a natureza (mercado). O uso de apenas uma vista (um dado) não
oferecerá uma representação adequada do espaço total que se deseja compreender
(mercado). Talvez diversas vistas parciais (uma amostra) permitam elaborar um
"mapa" tosco (o modelo) da totalidade procurada (a população). Apesar
da sua falta de precisão, o "mapa" (modelo) ajudará a compreender o
território em estudo (o mercado).
Nos cursos de Engenharia em geral, aprendem-se a
utilizar métodos dedutivos, onde se aplicam a lógica e o raciocínio matemático,
na aplicação de fórmulas prontas, tabelas, ábacos etc.., sem maiores
questionamentos. Em Engenharia de Avaliações o mais importante é a indução como
fonte de informação, onde é possível ter um conhecimento genérico do mercado
imobiliário, com base em modelos ajustados a poucas informações disponíveis.
Mas deve-se insistir que a ciência não é
"dona" da verdade. Toda "verdade" científica tem carácter
probabilístico. Através dela se adquire "conhecimento",
"compreensão", crença da falsidade ou veracidade de uma proposição
(Richardson-1989).
É importante saber que não existe uma fórmula mágica
para se avaliar um bem, qualquer fórmula deve ser inferida do próprio mercado
e, mesmo utilizando-se técnicas avançadas da pesquisa científica, nunca se
obterá um modelo perfeito. Os modelos possuem sempre uma parte não explicada
que incorpora erros.
Ao longo deste blogue, a espaços, apresentaremos
alguns conceitos básicos e comentários genéricos sobre, cada uma das fases
necessárias na adequação de um trabalho de avaliação imobiliária, à metodologia
científica, bem como alguns detalhes sobre a modelagem. Deve-se ressaltar que
não existem regras rígidas para realização de uma pesquisa, cada trabalho de
avaliação apresenta suas próprias peculiaridades. Em países onde a metodologia
é já prática corrente, as normas e recomendações apresentam um roteiro básico,
mas não são regras absolutas.
Fonte: "Engenharia de Avaliações", Rubens Dantas, Pini ; “Metodologia Cientifica de Avaliação", Cardoso da Silva, Bubok
Fonte: "Engenharia de Avaliações", Rubens Dantas, Pini ; “Metodologia Cientifica de Avaliação", Cardoso da Silva, Bubok
Sem comentários:
Enviar um comentário
Grato pela sua participação.